Data: 08-06-2012
Criterio: A2c
Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Abatia angeliana é endêmica do Brasil, com ocorrência confirmada nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, no sub-bosque de Florestas Ombrófilas Mistas. A espécie apresenta AOO menor que 500 km² (AOO=56 km²), em fitofisionomia extremamente fragmentada e descaracterizada pelo intenso e histórico processo de exploração de seus recursos. Estima-se que os remanescentes de Florestas Ombrófilas Mistas nos três Estados de ocorrência da espécie representem entre 1% e 2% do total originalmente ocupado por essa formação, depois de séculos de exploração irracional dos recursos e da conversão das florestas. Por ser uma planta esciófila, suspeita-se que suas subpopulações sofram declínio com a retirada da cobertura vegetal (especialmente árvores de dossel, como Araucaria angustifolia), já que essa atividade pode aumentar de maneira significativa a incidência de luz no interior do sub-bosque. Com base na perda de florestas nessas regiões, suspeita-se que a espécie tenha perdido cerca de 30% de sua população nos últimos 10 anos ou três gerações, em uma área onde as formações em que ocorre encontram-se muito fragmentadas e sofrem a incidência de ameaças que ocasionam um declínio contínuo na qualidade do diminuto hábitat. Mesmo sendo bem coletado, esse táxon foi considerado raro e ocorre somente nessa área extremamente pressionada por atividades antrópicas. Por isso, A. angeliana foi considerada "Vulnerável (VU)", demandando ações que garantam a manutenção da sua população.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Abatia angeliana M.H.Alford;
Família: Salicaceae
Sinônimos:
A espécie é conhecida vulgarmente como "sapicuxava-mansa" (Klein; Sleumer, 1984).
A espécie ocorre no Estado do Paraná (Marquete et al., 2012).
Espécie herbácea a subarbustiva de 20 a 30 cm altura, hermafrodita, esciófila, ocorrendo em mata de galeria, bosque e sub-bosque e na beira da mata, apresentando floração de dezembro a abril e frutificação de dezembro a março (Klein; Sleumer, 1984).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência
national
Severidade
very high
Detalhes
A Mata Atlântica vêmsofrendo ao longo dos anos intensa retirada de cobertura vegetal nativa,degradação do solo e introdução de espécies exóticas, visando a utilizaçãodestas áreas para plantios e pastagens (Young, 2005).
1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada "Rara" pela Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).
- MARQUETE, R.; TORRES, R.B.; MEDEIROS, E. Salicaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <>. Acesso em: 22/03/2012.
- SLEUMER, H.O. Flacourtiaceae. New York, NY: New York Botanical Garden, 1980. 1-499 p.
- KLEIN, R.M.; SLEUMER, H.O.REITZ, R. (ED). Flacourtiáceas. Itajaí, SC: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal; Herbário Barbosa Rodrigues, 1984. 96 p.
- YOUNG, C.E.F.GALINDO- LEAL, C.; CÂMARA, I.G. (EDS). Causas socioeconômicas do desmatamento da Mata Atlântica brasileira. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, 2005. 103-115 p.
- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.
CNCFlora. Abatia angeliana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Abatia angeliana
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 08/06/2012 - 12:38:32